A Sonae – Indústria de Revestimentos S.A. (SIR) é uma sociedade, com sede na Maia, cujo capital social é detido em 100% pela Sonae Indústria, SGPS, S.A. A sua génese remonta ao ano de 1959, altura em que foi fundada a empresa Sonae – Sociedade Nacional de Estratificados, SARL, com vista à produção de painéis decorativos.
A SIR dedica a sua atividade à produção e comercialização de termolaminados e compactos decorativos de alta pressão (HPL). Este produto é desenvolvido a partir da utilização de um conjunto de folhas de papel impregnadas com resinas termoendurecíveis e sujeitas a um processo de prensagem a altas pressão e temperatura elevadas. Tal como explica Cláudia Costa, gestora de Investigação e Desenvolvimento da SIR, “na base do HPL estão folhas de papel kraft (são estas folhas que mais condicionam a espessura e características técnicas do HPL), sobre as quais é aplicada uma ou mais folhas de papel decorativo”. Este tipo de artigo tem um elevado valor acrescentado, podendo ser aplicado em superfícies horizontais ou verticais que necessitem de elevadas resistências físico-mecânicas e químicas.
A Política de Sustentabilidade
“Identificar com clareza e satisfazer integralmente as necessidades e expectativas dos clientes em relação aos produtos e serviços” é o grande compromisso da SIR, segundo Cláudia Costa. Todavia, para que a satisfação das necessidades dos seus clientes seja plena, é necessário criar boas relações com todos os stakeholders, motivar todos os colaboradores e, acima de tudo, proteger o meio ambiente e implementar práticas sustentáveis.
Nesse sentido, a SIR tem como objetivos desenvolver uma cultura de qualidade, ambiente, segurança e saúde no trabalho tanto na SIR como na sua envolvente, fomentando o esclarecimento e formação dos colaboradores, para que estes efetuem as atividades de forma responsável; estabelecer uma relação de partilha e confiança com os seus fornecedores, assim como aplicar as melhores técnicas disponíveis para minimizar os impactes ambientais associados aos seus processos e prevenir a poluição. A SIR trabalha também no sentido de reduzir e controlar os riscos, com o objetivo de prevenir incidentes e doenças profissionais e, para além disso, cumpre com os Princípios e Direitos Fundamentais constantes na Declaração da Organização Internacional do Trabalho.
Ainda neste âmbito, a SIR cumpre com todos os requisitos legais, normativos, desenvolvendo ainda atividades de comunicação como forma de melhorar a capacidade de criar valor e implementar e manter os requisitos da Cadeia de Responsabilidade de acordo com as normas do PEFC e do FSC aplicáveis à organização, tendo em vista a utilização sustentável das matérias-primas de origem florestal. “A certificação da Cadeia de responsabilidade é essencial para a SIR, que procura aceder a mercados ambiental e socialmente responsáveis, assim como demonstrar a observância das políticas públicas ou privadas de compra que especificam como requisito o fornecimento de materiais ambientalmente responsáveis. Esta certificação permite também rotular os produtos para que os consumidores possam identificar e eleger aqueles que apresentam um modelo de gestão florestal responsável. Esta certificação dá confiança aos consumidores de que os produtos florestais que consomem provêm de florestas que foram geridas de forma responsável, levando a cabo práticas ambientalmente respeitáveis”, assegura Cláudia Costa.
“Uma empresa só é verdadeiramente sustentável se se reger por princípios de sustentabilidade nos vetores económico, social e ambiental”.
A SIR mostra-se convicta em acreditar que, num contexto de globalização cada vez mais real em que se concorre com players de outras geografias e em que as restrições regulamentares e legais não são tão prevalentes, os consumidores tendem a premiar os fabricantes que incorporam os princípios e valores que a SIR defende.
Cláudia Costa acredita que “uma empresa só é verdadeiramente sustentável se se reger por princípios de sustentabilidade nos vetores económico, social e ambiental”. Neste contexto, a Empresa só será sustentável se for, desde logo, económica e financeiramente viável. Para tal, a SIR implementa as melhores práticas operacionais e procura, de forma criteriosa, uma racionalização e otimização da sua estrutura de custos, permitindo acrescentar valor aos acionistas e aos seus clientes. Por outro lado, a SIR pauta-se também por uma atuação socialmente responsável, valorizando todos os seus colaboradores mas também outros stakeholders internos ou externos, como por exemplo, os seus fornecedores, clientes, e a comunidade em que se insere. Por fim, e tal como Cláudia Costa salienta, “o estrito cumprimento da legislação ambiental em vigor e a implementação das melhores práticas ambientais aplicáveis são peças-chave para garantir a nossa sustentabilidade a médio e longo prazo”.
A SIR tem um departamento dedicado à investigação, desenvolvimento e conceção de novos produtos, ao suporte à resolução de problemas e à implementação de ações de melhoria do desempenho dos produtos existentes e dos processos industriais, sustentada em princípios de inovação, eficiência industrial, diferenciação, responsabilidade ambiental e competitividade. Neste sentido, e de forma a desenvolver uma base sólida e sustentada em termos científicos e tecnológicos, procurando, a cada dia, uma maior abertura com o exterior, a SIR tem criado parcerias com diversos intervenientes no processo de conceção e desenvolvimento de produto e ainda com entidades credenciadas em áreas de investigação fundamental e aplicada de particular interesse para o negócio.
“Pretende-se com estas parcerias um fortalecimento das opções estratégicas da empresa tendo em vista o seu posicionamento em segmentos de mercados inovadores e de maior atratividade que permitam reforçar a sua capacidade de incorporação de novas soluções nos seus produtos. Como tal, a SIR pretende responder a duas problemáticas distintas: extensão do negócio por melhoria da oferta atual, e expansão do negócio por aquisição de novos mercados e clientes”, salienta Cláudia Costa.
A parceria com a plataforma Fibrenamics da Universidade do Minho surgiu no sentido de se unir esforços, uma vez que ambas as entidades têm uma estratégia comum de inovação aberta, e uma complementaridade interessante: “a SIR tem todas as condições de garantir a industrialização e comercialização de algumas inovações nas quais a Fibrenamics tem trabalhado nos tempos mais recentes” assegura ainda Cláudia Costa.
A Fibrenamics e a sua visão vanguardista
O estudo e o desenvolvimento de materiais compósitos poliméricos inerentes à atividade da Fibrenamics permite-lhe ser um grande aliado da SIR, complementando sobremaneira o conhecimento de décadas existente na SIR, acrescentando, ao conhecimento técnico um conhecimento científico mais fundamental, com uma visão vanguardista do estado da arte na área dos compósitos e polímeros em mercados-alvo distintos daqueles onde a SIR tem vindo a desenvolver o seu negócio.
Neste contexto, a SIR acabou de submeter um projeto individual no âmbito do Portugal 2020, “que conta com o apoio da Universidade do Minho para desenvolver uma variante dos seus compactos que poderá ser direcionada para setores de atividade distintos dos atuais, permitindo assim expandir o nosso horizonte competitivo”, refere Cláudia Costa. A estratégia apresentada pela SIR para este projeto visa, assim, satisfazer as necessidades externas e internas da organização.
A SIR definiu a sua estratégia interna considerando que para fazer face às necessidades do mercado teria de desenvolver produtos alternativos que, por um lado, não alterem o seu processo produtivo e o seu modelo de negócio, e, por outro lado, para desenvolver produtos com um elevado valor acrescentado. Desta forma, segundo Cláudia Costa, “a SIR espera alargar os mercados-alvo e criar um efeito arrastador para outras áreas de negócio”.
Desta parceria, e como objetivo a curto prazo, caso o projeto PT2020 seja aprovado, pretende-se o desenvolvimento e futura comercialização de uma variante dos compactos da SIR que poderão ser direcionados para setores de atividade distintos dos atuais, permitindo assim expandir o horizonte competitivo. A longo prazo, Cláudia Costa assume que “a SIR espera poder continuar a contar com a colaboração da plataforma Fibrenamics da Universidade do Minho para novos desenvolvimentos dos nossos produtos, devido à constante necessidade de melhoria e inovação da empresa”.