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JEC 2017 — 14 a 16 de março, em Paris, França

Vigilância Tecnológica

JEC

Paris, março de 2017. Esta é provavelmente uma das datas mais importantes para a área dos materiais compósitos. É por esta altura, 14, 15 e 16, que se realiza a maior feira de materiais compósitos do mundo, a JEC World. Ao longo destes três dias, a feira acolheu mais de 37 mil visitantes, 1300 expositores e mais de 900 reuniões promovidas pelo evento, ao longo dos 65 mil metros quadrados do Nord Villepinte Exhibition Centre, em Paris.

O objetivo deste ano foi perceber como é que os materiais compósitos podem responder aos desafios dos novos tempos, nomeadamente: ambiente, sustentabilidade, indústria 4.0, perspetivas de inovação e tendências futuras. Verificou-se, claramente, que o foco de interesse é o utilizador final e não a massificação das produções, como se verificavam anteriormente.

As áreas exploradas pelos materiais compósitos foram a Aeroespacial, a Construção, os Transportes, e Better Living, contemplando a energia, a sustentabilidade, o desporto, a área médica e os bens de consumo.

No que diz respeito à utilização de fibras naturais como elemento de reforço e elemento estético, foi possível observar que estes materiais evoluíram de estruturas orientadas direcionalmente, no sentido dos esforços, para estruturas não orientadas. Este facto deve-se, essencialmente, à utilização destas fibras na indústria dos transportes, onde são utilizadas nos processos de moldação por compressão.

Os produtos desenvolvidos com base em fibra de carbono foram o destaque deste ano da JEC. Estes materiais de performance mecânica de excelência dominaram os produtos técnicos apresentados. Curiosamente, nem sempre a performance da fibra, aliada a uma densidade reduzida, foi o requisito para a sua seleção, mas sim a componente estética da fibra. Ainda no que diz respeito à fibra de carbono foi possível observar diversos produtos onde já eram utilizadas fibras de carbono reciclado.

Um outro tópico de destaque da feira esteve centrado nas estruturas leves. Este mercado é cada vez mais explorado pelas “estruturas de favo”, onde é possível obtermos estes materiais a partir de cartão, polímero e alumínio. A novidade foi o desenvolvimento destas estruturas com diferentes geometrias no núcleo.

No que diz respeito à hibridização de estruturas de reforço, surgiram diferentes estruturas orientadas de carbono/aramida, carbono/vidro com diferentes orientações no plano, disposições e percentagens na estrutura.

Por fim, a técnica de processamento que mais cresceu foi a moldação por compressão, de compósitos de matriz termoplástica. Este crescimento deve-se essencialmente à necessidade de desenvolver cada vez mais materiais sustentáveis e recicláveis no final do ciclo de vida dos produtos. Aqui os polímeros, utilizados na matriz, com maior enfoque foram o PP (polipropileno), PLA (ácido poliláctico) e PEEK (Polyether ether ketone).