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Fibrenamics – Plataforma de integração, valorização e transferência de conhecimento em materiais e produtos à base de fibras

Projetos com Fibra

Em que é que consiste este projeto e qual o seu grande objetivo?

Com este projeto pretendemos fortalecer o atual posicionamento da Plataforma Internacional Fibrenamics da Universidade do Minho: uma entidade já reconhecida pela Comissão Europeia como um exemplo de transferência de conhecimento científico e tecnológico no campo dos materiais avançados e da nanotecnologia para os diversos stakeholders da inovação.

Nesta ótica, esta experiência e as metodologias piloto adotadas previamente pela Fibrenamics serão utilizadas para potenciar ainda mais a transferência de conhecimento, interdisciplinar e multissetorial, a partir da organização de diversas atividades de integração entre os diferentes membros envolvidos nesta plataforma, com especial destaque para as entidades relacionadas com a investigação e desenvolvimento e as empresas, no sentido de fomentar a geração de inovação.
Resumidamente, queremos com esta iniciativa utilizar as metodologias inovadoras testadas no projeto piloto da Plataforma Internacional Fibrenamics da Universidade do Minho, ao longo dos últimos seis anos, e criar as condições que permitam a consolidação de um modelo transferência de conhecimento científico e tecnológico dos centros de saber para as empresas, que funcione de uma forma continuada e sustentada ao longo do tempo.

Como é que surgiu a ideia de levar avante este projeto?

Nós andamos há cerca de 6 anos a criar esta metodologia de inovação, através da Plataforma Fibrenamics, porque acreditamos que efetivamente este é o futuro, este é o caminho, e só fruto disto é que íamos conseguir transferir conhecimento para as empresas e vê-lo transformado em produtos colocados no mercado.
Como tal, trabalhámos estes seis anos, chegámos aos resultados que temos atualmente, e achamos que agora, e até por demanda dos parceiros e por nossa estratégia, fazia todo o sentido consolidar e estruturar bem estes procedimentos de transferência de conhecimento, de governação, de parceria, de relacionamento, numa iniciativa que possa, numa primeira fase, estruturar, numa segunda, dotar de novas ou melhoradas competências e, numa terceira fase, aplicar esta metodologia e transferir este conhecimento para as empresas de uma forma muito pragmática, que é já a nossa forma tradicional de trabalhar.
Este projeto tem, desta forma, duas grandes vertentes: a demonstração e a disseminação, que queremos ver materializada num grande objetivo, novos produtos no mercado.

Quais são os resultados esperados?

No âmbito do presente projeto, o modelo inovador a implementar é concretizado a partir da transformação de três oportunidades identificadas nas ações de vigilância tecnológica (Intelligence), validadas cientificamente (Science), transformadas em modelos demonstradores de tecnologia (Technology Development) e convertidas em negócio (Business), quer seja por via da criação de novas entidades empresariais, quer seja pela sua exploração a partir de unidades existentes.

No que diz respeito à “Intelligence”, iremos desenvolver uma ferramenta digital de vigilância tecnológica e Business Analytics que permita aos parceiros Fibrenamics descobrir tendências, mapear oportunidades e estabelecer estratégias de inovação e negócio.

Associado ao “Science”, queremos validar e demonstrar oportunidades de investigação detetadas no Intelligence e, assim, criar consórcios Universidade-Empresas para projetos de I&D, permitindo assim, o envolvimento das empresas numa fase primária de investigação, promover o fluxo de pessoas entre a universidade e as empresas e dotar as empresas de conhecimentos disruptivo e inovador que possa ser incorporado nos seus desenvolvimentos.

No que à “Technology” concerne, iremos fomentar o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica entre o tecido empresarial e as entidades do SCTN. Foco pragmático no desenvolvimento de produto.
Por fim, no que toca à questão do “Business”, iremos auxiliar as empresas na colocação no mercado de produtos resultantes do processo de inovação através de sessões de Coaching de Marketing Tecnológico, eventos de Networking, criação de cadeias de valor e envolvimento em cadeias de fornecedores.
Ao longo de todo o projeto, com vista à sua operacionalização e sustentabilidade, irá decorrer uma atividade de Governance na qual serão definidos e estabelecidos os princípios de funcionamento, com o objetivo de clarificar a atuação dos diversos agentes envolvidos, pressupondo requisitos de sustentabilidade dos resultados gerados no pós-projeto.

Numa altura em que nos encontramos na era da digitalização, de que forma é que este projeto assenta na filosofia desta era?

Este projeto foi pensado já a antecipar esta questão da digitalização, ainda não se falava de digitalização e nós estávamos a pensar numa nova forma de democratizar o acesso a esta metodologia de inovação. Nós tínhamos constatado que, ao longo dos seis anos, 90% dos nossos parceiros e das empresas com as quais colaboramos de uma forma mais direta e no desenvolvimento de produtos eram de uma área geográfica que não ultrapassava um raio de 150km e, portanto, algo estaria a bloquear este acesso.

Nesse sentido, pensámos que os fatores humanos e relacionais tinham aqui um papel muito importante e, como tal, teríamos de transportar isto por outra via, deveria ser feito por duas estratégias: ou por estratégias de expansão com a criação de centros Fibrenamics por todo o mundo, ou então utilizando a tecnologia dos nossos dias que é, em parte, a digitalização. E achamos que esse seria um caminho muito mais simples, por um lado pelo investimento requisitado, por outro lado pelo acompanhamento das tendências.

Para além disso, o surgimento da incorporação destes processos na indústria 4.0 veio trazer também um bocado de coerência a isso que tínhamos previsto. E é exatamente isto o que queremos, democratizar e facilitar o processo de transferência de conhecimento para que uma empresa que esteja no Algarve, que esteja na China, que esteja nos EUA, possa trabalhar com a Plataforma Fibrenamics nos seus diversos pilares, possa saber as tendências e oportunidades de inovação, possa encontrar um parceiro para definir ali as suas estratégias de inovação, possa encontrar na Fibrenamics uma rede e um parceiro que permite adquirir conhecimento científico de ponta, mais disruptivo, mais inovador e que possa ter um papel completamente diferenciador dos seus concorrentes. Ao mesmo tempo, pretende-se que essa empresa possa também ter na Plataforma Fibrenamics um parceiro para a transferência de conhecimento através do desenvolvimento de produtos para a criação de novos ou melhorados produtos, encontrar na Fibrenamics uma rede de promoção de negócio no âmbito dos seus projetos, e isto ser feito tudo de uma forma digital. Esta dinâmica não invalida a proximidade que temos com as empresas, porque o trabalho não é feito fechado na universidade, mas sempre em parceria direta com as empresas.
Hoje em dia, os métodos de gestão e de trabalho permitem-nos cada vez mais conversar e interagir de forma digital e a plataforma pretende fazer isso: que as empresas possam encontrar naquele espaço digital toda a informação que precisam, todo o contacto que precisam com a plataforma Fibrenamics, toda a interação com as equipas, seja por via de reuniões, de conversas, de partilha de documentação, e partilha de informação e redação e criação de coisas em comum.

Obviamente que nunca vamos descurar a questão tecnologia de produção e de prototipagem e queremos o produto seja efetivamente criado nas empresas, para isso as nossas equipas irão acompanhar os parceiros empresariais, quer por via digital, quer também por via física, independentemente de a empresa estar na China, no EUA ou no Japão. Pretendemos com isto fazer todos os processos de transferência de conhecimento de uma forma digital, não 100% digital porque também achamos que não é praticável em muitas das situações, mas que consigamos usar aqui um misto, usarmos as ferramentas digitais para facilitar o acesso a todos os nossos parceiros e principalmente a comunicação e o sentimento de pertencerem a uma rede que traz vantagens na inovação para todos e que o trabalho possa ser formalizado através daí.

Que mais-valias é que este projeto irá trazer para a Fibrenamics e para todos os seus parceiros?

Existem quatro grandes mais valias: a primeira é uma oportunidade para estruturarmos melhor os procedimentos da Fibrenamics, ou seja, refinarmos este modelo que tem sido aplicado ao longo destes anos; por outro lado, contactar de forma mais frequente com empresas e obter cada vez mais feedback dos nossos parceiros para que possamos afinar a nossa oferta e as nossas ferramentas para eles, teremos aqui muitos momentos de networking e de conversa e de sessão onde a auscultação dos parceiros vai ser muito interessante para nós; a questão de criar novas ferramentas de inovação para os parceiros; e, obviamente, com todo o impacto e todo o envolvimento que se quer criar com esta iniciativa, trazer cada vez mais empresas de todos os cantos do mundo.