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Fibrous and Textile Materials for Composite Applications – Revisão Crítica

Fibrous and Textile Materials for Composite Applications

Fibrous and Textile Materials for Composite Applications

Recentemente, a Fibrenamics publicou a 1ª edição do livro “Fibrous and Textile Materials for Composite Applications”. O livro foi editado por Raul Fangueiro, coordenador da Fibrenamics, e Sohel Rana, coordenador científico, e publicado por uma das principais editoras, a Springer Singapore. Este livro recebeu apreciações e reconhecimentos em todo o mundo e foi um dos melhores eBooks com mais downloads de 50% na coleção relevante de livros eletrónicos SpringerLink em 2016.

Nas aplicações industriais atuais, desde os cuidados de saúde e medicina até às estruturas avançadas de transporte, como transporte espacial, o uso de compósitos à base de fibras aumentou substancialmente como forma de substituir os metais e, assim, reduzir o peso e melhorar a eficiência energética, bem como para obter benefícios ambientais. O objetivo principal deste livro consiste em fornecer uma visão abrangente sobre as grandes variedades de fibras e estruturas têxteis usadas para produzir esses materiais compósitos industriais.

O livro apresenta as tecnologias existentes atualmente usadas em aplicações comerciais e as mais recentes investigações e desenvolvimentos avançados nessa área. Cada capítulo do livro foi escrito por um especialista líder nessa área específica e, portanto, é o resultado de uma longa experiência (académica e industrial) e excelente experiência do autor. O livro aborda alguns tópicos fundamentais, como “Propriedades Essenciais de Fibras para Aplicações em Compósitos”, que enriquece a compreensão básica sobre o uso de fibras em compósitos. Outros capítulos mais informativos e avançados discutem diferentes formas e arquiteturas de fibras, como fibras curtas, estruturas orientadas direcionalmente ou estruturas têxteis avançadas 2D e 3D, bem como diferentes materiais como fibras sintéticas, naturais e metálicas que são usadas para reforçar matrizes poliméricas, cimentícias e metálicas. A preparação e tratamento de superfície é um dos principais processos para aumentar a eficiência dos reforços fibrosos em compósitos e, portanto, foi incluída uma discussão detalhada e enriquecida sobre diferentes tipos de métodos de tratamento de superfície. O livro também cobre compósitos com funcionalidades especiais, além de materiais compósitos reforçados com nanofibras e nanotubos avançados. Este livro também fornece informações valiosas sobre os aspetos ambientais e de sustentabilidade dos materiais compósitos, que é uma questão muito importante na sociedade atual.

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Projetos Vencedores – Concurso de Criatividade “Fibre & Wood”

Concurso Fibre & Wood

Concurso Fibre & Wood

A Plataforma Fibrenamics Green – produtos inovadores com base em resíduos selecionou como vencedores do primeiro concurso de criatividade Green Think Tank. Pedro Regadas conquistou o primeiro lugar no desafio Fibre com o projeto “Dress your pans” e Sónia Soeiro foi a justa vencedora do desafio “Wood” com o projeto “Facet Stool”.

Ao vencedor de cada um dos desafios foi atribuído um prémio monetário de €500,00, e neste momento o desenvolvimento dos produtos está já em curso.

Na passada quarta-feira, dia 27 de setembro, Pedro Regadas e Sónia Soeiro tiveram também a oportunidade de apresentar publicamente os seus projetos num evento dinamizado pela Fibrenamics Green, que decorreu no Ateneu Comercial do Porto.

A equipa Fibrenamics Green elegeu a melhor proposta para cada um dos desafios, segundo critérios de mérito, de inovação, criatividade, sustentabilidade e exequibilidade técnica e, para isso, procurou as duas melhores soluções que aplicassem o desenvolvimento de produtos com base em resíduos com novas utilidades, formas, toque, acabamentos e emoções. O júri do concurso foi constituído por Raul Fangueiro, coordenador da plataforma Fibrenamics Green, Bernardo Providência, da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, e David Bota docente no IADE Lisboa e na ELISAVA Barcelona.

Até dia 11 de outubro está aberto o segundo concurso de criatividade Green Think Tank, desta vez tendo em destaque os modelos demonstradores “Mineral & Plastic”. Direcionado para todos os membros pertencentes à rede Green Think Tank (GTT), este concurso pretende, tal como o primeiro, colocar as ideias a fervilhar sempre com o intuito de desenvolver um produto inovador com base em resíduos. Para mais informações consultar http://green.fibrenamics.com/concurso-mineral-plastic/.

O Projeto Fibrenamics Green – Plataforma para o desenvolvimento de produtos inovadores com base em resíduos, com a referência NORTE-01-0246-FEDER-000008, é cofinanciado pelo FEDER no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte NORTE2020, com um custo total elegível de 552.856,83€, apoio financeiro da EU de 469.928,31€ e autofinanciamento de 82.928,52€.

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Entrevista a Roberto Amaral, Diretor Geral da Marques Britas SA

Marques Britas

A Fibrenamics está a trabalhar com um dos maiores grupos económicos da região, o grupo Marques, num projeto cujo objetivo consiste na valorização de resíduos da madeira que é utilizada nas carpintarias.

Nesta edição, entrevistamos Roberto Amaral, diretor geral da Marques Britas, de forma a percebermos o que esperar desta parceria com a Fibrenamics.

1 – Como surgiu a ideia de criar este projeto juntamente com a Fibrenamics?

Com o início do negócio da fileira da madeira, a Marques Britas, SA, empresa do Grupo Marques, alterou substancialmente a sua cultura empresarial, nomeadamente em dois pilares estratégicos, a inovação e a exportação. Indubitavelmente o conhecimento que as universidades detêm e, ainda mais notória, a enorme vontade de ampliar este conhecimento são os ingredientes postos à disposição das empresas, neste caso concreto à indústria, que permitem o desenvolvimento de produtos inovadores. Na Marques Britas, SA aliamos esta inovação à utilização de produtos endógenos da Região Autónoma dos Açores, utilizando a madeira de Criptoméria dos Açores. Como é consabido, o negócio da fileira da madeira produz uma quantidade enorme de resíduos, sendo sinónimo de desperdício. A ideia nasce, como muitas outras, da necessidade de resolver um problema, neste caso concreto a eliminação de resíduos de madeira, que por um lado acarreta custos avultados e por outro lado é potenciador de problemas ambientais. Foi por este motivo, e por acreditarmos existir uma oportunidade no segmento de painéis de madeira, que contactamos a Fibrenamics, com o objetivo de desenvolver um painel de madeira à base de madeira de criptoméria, até agora inexistente no mercado.

2 – O objetivo deste projeto consiste em levar a cabo atividades de investigação e desenvolvimento, que permitam obter o conhecimento necessário para o desenvolvimento de placas compósitas termoplásticas reforçadas com resíduos de madeira. Qual é o papel da Marques Britas no desenvolvimento deste projeto?

A Marques Britas, SA assume a responsabilidade do projeto, no entanto, é de fulcral importância a associaçao com a Fibrenamics, pois é esta que possui os recursos e conhecimento para a fase de investigação e desenvolvimento de um projeto desta tipologia, que de outra forma, seria mais difícil ou mesmo impossível de realizar.

3 – Que resultados são esperados?

Resolver o problema dos resíduos de madeira, e ainda criar um produto de elevado valor acrescentado, é sem dúvida o corolário de qualquer projeto. Ademais, estamos confiantes, conhecedores das qualidades únicas da madeira de criptoméria aliadas à avançada tecnologia de produção de placas compósitas termoplásticas, que será possível a criação e desenvolvimento de um produto de elevada qualidade.

4 – Que mais-valias é que este projeto poderá trazer para a Marques Britas? Qual a importância desta parceria com a Plataforma Fibrenamics e que mais-valias é que esta união de esforços tem trazido para a empresa e para o Arquipélago?

De facto, a aproximação dos centros de conhecimento ao tecido empresarial origina sinergias que potenciam o desenvolvimento de produtos inovadores, novos processos tecnológicos e de Gestão, que contribuem para melhorar a competitividade das empresas e, por conseguinte, da própria região onde se inserem, neste caso concreto a Região Autónoma dos Açores. A Plataforma Fibrenamics revelou-se ser uma mais-valia para a Marques Britas, SA e para a própria Região, interagindo com os diversos Stakeholders, desde empresas, universidades e diversos organismos públicos, demonstrando sempre uma atitude de abertura e imprimindo uma dinâmica notável.

Esperamos com este projeto diversificar e melhorar qualitivamente os produtos produzidos, apostando fortemente na exportação, mas com a garantia de estarmos na vanguarda em termos de tecnologia e qualidade dos produtos produzidos, relativamente aos nossos concorrentes existentes à escala global.

Permita-me também realçar o papel do Governo dos Açores, que tem disponibilizado apoios na área de I&D, assim como, na criação de parques de ciência e tecnologia, onde empresas e plataformas de conhecimento se instalam e criam sinergias, tornando-se um polo dinâmico em desenvolvimento e inovação, ao dispor das empresas e organizações existentes no mesmo território.

Marques Britas

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Fibrenamics – Plataforma de integração, valorização e transferência de conhecimento em materiais e produtos à base de fibras

Fibrenamics

Em que é que consiste este projeto e qual o seu grande objetivo?

Com este projeto pretendemos fortalecer o atual posicionamento da Plataforma Internacional Fibrenamics da Universidade do Minho: uma entidade já reconhecida pela Comissão Europeia como um exemplo de transferência de conhecimento científico e tecnológico no campo dos materiais avançados e da nanotecnologia para os diversos stakeholders da inovação.

Nesta ótica, esta experiência e as metodologias piloto adotadas previamente pela Fibrenamics serão utilizadas para potenciar ainda mais a transferência de conhecimento, interdisciplinar e multissetorial, a partir da organização de diversas atividades de integração entre os diferentes membros envolvidos nesta plataforma, com especial destaque para as entidades relacionadas com a investigação e desenvolvimento e as empresas, no sentido de fomentar a geração de inovação.
Resumidamente, queremos com esta iniciativa utilizar as metodologias inovadoras testadas no projeto piloto da Plataforma Internacional Fibrenamics da Universidade do Minho, ao longo dos últimos seis anos, e criar as condições que permitam a consolidação de um modelo transferência de conhecimento científico e tecnológico dos centros de saber para as empresas, que funcione de uma forma continuada e sustentada ao longo do tempo.

Como é que surgiu a ideia de levar avante este projeto?

Nós andamos há cerca de 6 anos a criar esta metodologia de inovação, através da Plataforma Fibrenamics, porque acreditamos que efetivamente este é o futuro, este é o caminho, e só fruto disto é que íamos conseguir transferir conhecimento para as empresas e vê-lo transformado em produtos colocados no mercado.
Como tal, trabalhámos estes seis anos, chegámos aos resultados que temos atualmente, e achamos que agora, e até por demanda dos parceiros e por nossa estratégia, fazia todo o sentido consolidar e estruturar bem estes procedimentos de transferência de conhecimento, de governação, de parceria, de relacionamento, numa iniciativa que possa, numa primeira fase, estruturar, numa segunda, dotar de novas ou melhoradas competências e, numa terceira fase, aplicar esta metodologia e transferir este conhecimento para as empresas de uma forma muito pragmática, que é já a nossa forma tradicional de trabalhar.
Este projeto tem, desta forma, duas grandes vertentes: a demonstração e a disseminação, que queremos ver materializada num grande objetivo, novos produtos no mercado.

Quais são os resultados esperados?

No âmbito do presente projeto, o modelo inovador a implementar é concretizado a partir da transformação de três oportunidades identificadas nas ações de vigilância tecnológica (Intelligence), validadas cientificamente (Science), transformadas em modelos demonstradores de tecnologia (Technology Development) e convertidas em negócio (Business), quer seja por via da criação de novas entidades empresariais, quer seja pela sua exploração a partir de unidades existentes.

No que diz respeito à “Intelligence”, iremos desenvolver uma ferramenta digital de vigilância tecnológica e Business Analytics que permita aos parceiros Fibrenamics descobrir tendências, mapear oportunidades e estabelecer estratégias de inovação e negócio.

Associado ao “Science”, queremos validar e demonstrar oportunidades de investigação detetadas no Intelligence e, assim, criar consórcios Universidade-Empresas para projetos de I&D, permitindo assim, o envolvimento das empresas numa fase primária de investigação, promover o fluxo de pessoas entre a universidade e as empresas e dotar as empresas de conhecimentos disruptivo e inovador que possa ser incorporado nos seus desenvolvimentos.

No que à “Technology” concerne, iremos fomentar o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica entre o tecido empresarial e as entidades do SCTN. Foco pragmático no desenvolvimento de produto.
Por fim, no que toca à questão do “Business”, iremos auxiliar as empresas na colocação no mercado de produtos resultantes do processo de inovação através de sessões de Coaching de Marketing Tecnológico, eventos de Networking, criação de cadeias de valor e envolvimento em cadeias de fornecedores.
Ao longo de todo o projeto, com vista à sua operacionalização e sustentabilidade, irá decorrer uma atividade de Governance na qual serão definidos e estabelecidos os princípios de funcionamento, com o objetivo de clarificar a atuação dos diversos agentes envolvidos, pressupondo requisitos de sustentabilidade dos resultados gerados no pós-projeto.

Numa altura em que nos encontramos na era da digitalização, de que forma é que este projeto assenta na filosofia desta era?

Este projeto foi pensado já a antecipar esta questão da digitalização, ainda não se falava de digitalização e nós estávamos a pensar numa nova forma de democratizar o acesso a esta metodologia de inovação. Nós tínhamos constatado que, ao longo dos seis anos, 90% dos nossos parceiros e das empresas com as quais colaboramos de uma forma mais direta e no desenvolvimento de produtos eram de uma área geográfica que não ultrapassava um raio de 150km e, portanto, algo estaria a bloquear este acesso.

Nesse sentido, pensámos que os fatores humanos e relacionais tinham aqui um papel muito importante e, como tal, teríamos de transportar isto por outra via, deveria ser feito por duas estratégias: ou por estratégias de expansão com a criação de centros Fibrenamics por todo o mundo, ou então utilizando a tecnologia dos nossos dias que é, em parte, a digitalização. E achamos que esse seria um caminho muito mais simples, por um lado pelo investimento requisitado, por outro lado pelo acompanhamento das tendências.

Para além disso, o surgimento da incorporação destes processos na indústria 4.0 veio trazer também um bocado de coerência a isso que tínhamos previsto. E é exatamente isto o que queremos, democratizar e facilitar o processo de transferência de conhecimento para que uma empresa que esteja no Algarve, que esteja na China, que esteja nos EUA, possa trabalhar com a Plataforma Fibrenamics nos seus diversos pilares, possa saber as tendências e oportunidades de inovação, possa encontrar um parceiro para definir ali as suas estratégias de inovação, possa encontrar na Fibrenamics uma rede e um parceiro que permite adquirir conhecimento científico de ponta, mais disruptivo, mais inovador e que possa ter um papel completamente diferenciador dos seus concorrentes. Ao mesmo tempo, pretende-se que essa empresa possa também ter na Plataforma Fibrenamics um parceiro para a transferência de conhecimento através do desenvolvimento de produtos para a criação de novos ou melhorados produtos, encontrar na Fibrenamics uma rede de promoção de negócio no âmbito dos seus projetos, e isto ser feito tudo de uma forma digital. Esta dinâmica não invalida a proximidade que temos com as empresas, porque o trabalho não é feito fechado na universidade, mas sempre em parceria direta com as empresas.
Hoje em dia, os métodos de gestão e de trabalho permitem-nos cada vez mais conversar e interagir de forma digital e a plataforma pretende fazer isso: que as empresas possam encontrar naquele espaço digital toda a informação que precisam, todo o contacto que precisam com a plataforma Fibrenamics, toda a interação com as equipas, seja por via de reuniões, de conversas, de partilha de documentação, e partilha de informação e redação e criação de coisas em comum.

Obviamente que nunca vamos descurar a questão tecnologia de produção e de prototipagem e queremos o produto seja efetivamente criado nas empresas, para isso as nossas equipas irão acompanhar os parceiros empresariais, quer por via digital, quer também por via física, independentemente de a empresa estar na China, no EUA ou no Japão. Pretendemos com isto fazer todos os processos de transferência de conhecimento de uma forma digital, não 100% digital porque também achamos que não é praticável em muitas das situações, mas que consigamos usar aqui um misto, usarmos as ferramentas digitais para facilitar o acesso a todos os nossos parceiros e principalmente a comunicação e o sentimento de pertencerem a uma rede que traz vantagens na inovação para todos e que o trabalho possa ser formalizado através daí.

Que mais-valias é que este projeto irá trazer para a Fibrenamics e para todos os seus parceiros?

Existem quatro grandes mais valias: a primeira é uma oportunidade para estruturarmos melhor os procedimentos da Fibrenamics, ou seja, refinarmos este modelo que tem sido aplicado ao longo destes anos; por outro lado, contactar de forma mais frequente com empresas e obter cada vez mais feedback dos nossos parceiros para que possamos afinar a nossa oferta e as nossas ferramentas para eles, teremos aqui muitos momentos de networking e de conversa e de sessão onde a auscultação dos parceiros vai ser muito interessante para nós; a questão de criar novas ferramentas de inovação para os parceiros; e, obviamente, com todo o impacto e todo o envolvimento que se quer criar com esta iniciativa, trazer cada vez mais empresas de todos os cantos do mundo.

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TecMinho – uma interface entre a Universidade e a Sociedade de referência nacional e internacional

TecMinho

Fundada em 1990, a TecMinho é uma associação de direito privado sem fins lucrativos criada por iniciativa da Universidade do Minho para promover a valorização e a transferência do conhecimento produzido na Universidade para as empresas.
A TecMinho é uma das mais antigas estruturas universitárias de transferência de conhecimento em Portugal.

Competências científicas em prol da economia e da sociedade

A TecMinho pretende assegurar que as competências científicas existentes na Universidade do Minho sejam colocadas ao serviço da economia e da sociedade de duas formas principais: por um lado, procurando transferir para as empresas os resultados de atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D); e por outro lado, identificando nas empresas problemas que possam ser resolvidos pela capacidade científica instalada na Universidade através de projetos e serviços de I&D, inovação e formação.
Neste contexto, a sua missão passa por valorizar a transferência de conhecimento para o tecido empresarial e demais atores económicos e sociais, contribuindo, desta forma, para a inovação, o empreendedorismo e o desenvolvimento das competências das organizações e das pessoas. A TecMinho cumpre a sua missão através do fornecimento de serviços em três principais domínios de intervenção:

  • a transferência de tecnologia que assegura serviços para investigadores (ex. apoio à proteção da propriedade industrial, identificação de oportunidades de comercialização de ciência e tecnologia, marketing tecnológico, apoio na negociação e redação de contratos de I&D e licenciamento de tecnologias), assim como serviços para empresas (ex. apoio à proteção da propriedade industrial, identificação de necessidades tecnológicas, estabelecimento de parcerias de I&D com a Universidade do Minho, prestação de serviços de investigação e desenvolvimento tecnológico (I&DT) e prestação de serviços de consultoria e de apoio à inovação);
  • o empreendedorismo, no âmbito do qual se procura estimular o espírito empreendedor na comunidade académica e apoiar empresas baseadas em conhecimento intensivo com elevado potencial de mercado, gerindo em particular a utilização da marca “spin-off da Universidade do Minho”;
  • a formação contínua, assegurando uma elevada diversidade de cursos de curta duração para quadros médios e superiores de empresas e de outras organizações, ações de formação à medida das empresas realizadas nas instalações destas, e ações de formação a distância em modalidade e-learning.
    Do ponto de vista estratégico, a TecMinho assume como seus grandes objetivos o apoio aos investigadores na transferência efetiva dos seus resultados de investigação para o mercado; a oferta, enquanto ponto de acesso ao universo de conhecimento da Universidade do Minho, de soluções para as necessidades das empresas nos domínios da I&D, inovação e formação; a interligação entre empreendedores, tecnologias e oportunidades de mercado para o desenvolvimento de novas empresas baseadas em conhecimento intensivo; e o apoio às pessoas em idade ativa na definição e implementação de atividades de formação numa perspetiva de gestão da carreira.

A cooperação universidade-empresa

“Vivemos num mundo em que o conhecimento é cada vez mais importante para o desenvolvimento económico e social. É assim natural que as empresas e outros agentes económicos procurem colaborar com as entidades produtoras de conhecimento como é o caso das universidades”, assegura Augusto Ferreira, diretor geral da TecMinho.
As universidades e as empresas têm missões na sociedade muito diferentes e têm também culturas distintas. Nesse sentido, a existência de estruturas de interface que promovam a aproximação e o trabalho conjunto entre as comunidades universitária e empresarial “tem sido de grande utilidade para valorizar económica e socialmente o conhecimento e as competências detidas pelas instituições de ensino superior”, garante Augusto Ferreira. O facto de estas estruturas terem ao longo dos anos surgido, sobretudo do lado das universidades, é justificado pelo facto de tradicionalmente não haver experiência na academia em atividades relacionadas com a gestão de transferência de tecnologia e a prestação de serviços de I&D e inovação a clientes externos.
Augusto Ferreira acredita que há ainda um longo caminho a percorrer na interação entre as universidades e as empresas. “Observa-se um número crescente de empresas que começa a entender melhor a realidade da investigação académica, embora por vezes com uma certa dificuldade em comprometer-se com o risco e o tempo necessários para a chegada de novos produtos ao mercado”. Por parte universidades, nem todos os investigadores têm ainda motivação para fazer com que a sua investigação vá ao encontro das necessidades do mercado.
No entanto, já se verificam sinais evidentes de que está a decorrer um processo de transformação cultural, e o diretor geral da TecMinho acredita que as estruturas de ligação universidade-empresa têm desempenhado um papel relevante nessa evolução. “Temos cada vez mais professores e investigadores envolvidos em colaborações com empresas e motivados para criar valor a partir da sua investigação e temos cada vez mais empresas a colocar a inovação como prioridade estratégica dos seus negócios e a considerarem as universidades como parceiros indispensáveis para serem bem-sucedidas em tal desígnio”.
No caso da Universidade do Minho, foram estabelecidas ao longo dos anos várias entidades que asseguram a prestação de serviços de I&D e inovação a empresas, como é o caso da TecMinho. Estas interfaces têm contribuído para a transferência de conhecimento através de investigação contratada, investigação colaborativa, acordos de transferência de tecnologia, acordos de licença de propriedade industrial, consultoria especializada, criação de empresas spin-off, formação contínua para os colaboradores das empresas e de outras organizações, entre outros serviços.

Fibrenamics, um parceiro “muito relevante”

A Fibrenamics trabalha, desde a sua génese, muito intimamente com a TecMinho. Na perspetiva de Augusto Ferreira, a Fibrenamics é hoje uma importante plataforma de investigação na vasta área dos materiais à base de fibras e reúne um conjunto de investigadores com competências muito diversificadas que lhe tem permitido não só trabalhar em investigação fundamental como também desenvolver projetos muito interessantes com a indústria tendo em vista o desenvolvimento de novos produtos e o melhoramento significativo de produtos existentes.
Uma das marcas distintivas do trabalho da Fibrenamics está patente no envolvimento de um largo espetro de parceiros exteriores à Universidade do Minho, incluindo empresas, entidades do sistema científico e tecnológico e organizações diversas da sociedade civil e do setor público, nas suas atividades. A plataforma tem também apostado muito na divulgação pública das suas atividades, nomeadamente através da realização de múltiplos eventos (incluindo internacionais) e da presença através dos media.
“A TecMinho, enquanto estrutura de valorização e transferência de tecnologia da Universidade do Minho, considera a Fibrenamics um parceiro muito relevante que contribui não só para fortalecer a missão de transferir conhecimento para diversos setores importantes da economia nacional para quem o desenvolvimento de materiais à base de fibras é de especial importância, como também para divulgar as competências científicas existentes na Universidade junto dos principais atores que trabalham nesses setores”, garante o diretor geral da TecMinho.

 

TecMinho

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Colaboração Universidade-empresa: a união faz a força!

Catarina Roseira

Há alguns anos, uma equipa de investigação duma universidade portuguesa conseguiu um avanço significativo na sua área de pesquisa, o que lhe valeu um importante prémio europeu e a atenção dos media. Questionado por um jornalista sobre a eventual intenção de transformar o resultado obtido em algo comercializável, o responsável pela investigação respondeu em tom escandalizado que a Ciência não existe para fazer dinheiro. Do outro lado do Atlântico, o MIT (Massassuchets Institute of Technology) faz questão de afirmar que 50% das suas patentes registadas nos USA estão licenciadas a empresas, tal como 30% das patentes pendentes. Para o MIT ganhar dinheiro com a Ciência é ético e uma evidência da sua relevância para além das fronteiras do universo académico.

Estes dois exemplos ilustram visões muito diversas do papel da Universidade na criação de valor. Numa visão tradicional, a Universidade tem duas missões: o ensino e a investigação. O papel da Universidade consiste em produzir conhecimento novo e qualificar o capital humano através dos seus diferentes cursos, como licenciaturas, mestrados, doutoramentos. As duas missões imbricam-se através da ancoragem da formação dos estudantes na investigação científica, cultural e artística produzida na Universidade. A Universidade cria valor e transfere-o através dos estudantes que forma e as empresas recrutam. Adicionalmente, a Universidade divulga o conhecimento que produz através de canais tradicionais como a publicação de artigos em revistas científicas ou a participação em conferências académicas, cuja audiência é composta em grande medida por académicos.

Atualmente, é consensual a existência duma Terceira Missão da Universidade, que implica o seu envolvimento com a sociedade, ou parafraseando a missão da Universidade do Porto, a “valorização social e económica do conhecimento e a participação ativa no progresso das comunidades em que se insere”. Ou seja, já não basta à Universidade produzir conhecimento, é preciso que seja capaz de o transformar em real valor económico, social, cultural, ambiental através do seu envolvimento com os diferentes atores sociais, económicos e culturais que a rodeiam.

Será que tal significa a menorização das suas atividades de ensino ou de investigação? De forma nenhuma, já que o conhecimento científico cultural e artístico é o ativo fundamental da Universidade sobre o qual a interação com a sociedade deve ser construída. Sem investigação científica, o MIT não teria patentes para licenciar e assim obter receitas para investir em ensino e nova investigação, sustentando novos ciclos de criação de valor. Hoje, a importância de valorizar economicamente o conhecimento científico é consensual em Portugal. Várias universidades portuguesas têm gabinetes de transferência de tecnologia com o objetivo de apoiar a gestão da propriedade intelectual do conhecimento aí produzido. Para além disso, desenvolvem ecossistemas de inovação e empreendedorismo, que incluem centros de ciência e tecnologia e incubadoras de empresas, apoio à criação de spin-offs, atração de centros de investigação de grandes empresas, oferta de programas de formação a empreendedores, organização de competições de ideias de negócio e apoio a novos negócios, apoio à internacionalização de start-ups, etc. O UPTEC da Universidade do Porto e o IPN (Instituto Pedro Nunes) são apenas dois exemplos desta realidade, já reconhecidos nacional e internacionalmente.

O ensino mantém-se como uma forma privilegiada de transferência de conhecimento, particularmente através do ensino pós-graduado, como mestrados e doutoramentos no caso do conhecimento mais complexo. A formação contínua não conferente de grau e a formação à medida das empresas respondem também à necessidade crescente de atualização de conhecimentos sentida pelas empresas e seus colaboradores. A este nível, o envolvimento de empresas e outras organizações na identificação dos grandes desafios e tendências futuras é um contributo valioso para ajudar a Universidade a desenvolver ofertas formativas que garantam o desenvolvimento de competências alinhadas com as necessidades da sociedade.

Para além disso, cada vez mais empresas e universidades colaboram em projetos e consórcios de investigação nacionais e internacionais. A maior exigência das agências de financiamento quanto à diversidade dos participantes nos projetos de investigação e ao impacto económico, social e ambiental da inovação produzida constitui um forte estímulo à colaboração. A necessidade de colaborar para obter o financiamento tão necessário a universidades e empresas pode bem ser o estímulo inicial necessário para criar pontes entre os dois mundos, mas não é certamente suficiente para garantir a sua sustentabilidade.

A multiplicação e aprofundamento destas e de outras formas de criação e transferência de conhecimento dependerá dos benefícios mútuos reconhecidos pelos atores envolvidos nestes processos. As vantagens da colaboração podem não ser reconhecidas a priori, já que frequentemente, Universidade e empresas têm visões do mundo, linguagens, horizontes temporais e ritmos diferentes. Para compatibilizar ou minimizar essas diferenças, é necessário interação, reciprocidade, confiança e comunicação. Tal ajudará Universidade e empresas a conhecerem-se mutuamente, identificar as suas bases de competências e recursos, principais desafios e indutores estratégicos, e compreender as suas necessidades e também como é que podem colaborar para co-criar soluções para os seus problemas. Num mundo cada vez mais complexo e competitivo, a partilha de conhecimento e a co-criação de valor são cada vez mais condições essenciais à valorização, competitividade e sustentabilidade de Universidade e empresas.

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Universidade – Empresa: inovação em rede

Raul Fangueiro

Desde a sua génese, a Fibrenamics tem desenvolvido e aplicado metodologias inovadoras que potenciam o relacionamento profícuo entre as universidades e as empresas, com especial enfoque no desenvolvimento de tecnologias e produtos que incorporam conhecimento avançado, resultante de atividades de caráter técnico-científico. É, pois, com grande orgulho que recebemos recentemente o reconhecimento por parte da Comissão Europeia, de todo o trabalho que temos levado a cabo ao longo dos últimos anos, com a indicação da Fibrenamics como exemplo a seguir nas relações universidade-empresa no espaço europeu. Trata-se de um reconhecimento importante que muitos nos honra e que demonstra a assertividade da estratégia trilhada até ao momento. No entanto, na mesma medida que nos honra e orgulha, nos responsabiliza, no sentido de fazermos cada vez melhor, com os olhos postos num futuro que nos desafia a cada momento e nos inquieta positivamente de forma constante. Claro que os louros deste reconhecimento são partilhados, de igual forma, por todos os membros da plataforma, quer sejam empresas, universidades e associações ou elementos individuais. Afinal, somos uma plataforma!

Alicerçada nos resultados alcançados no passado, respondendo às exigências do presente e respondendo aos desafios do futuro, a Fibrenamics apresentará brevemente uma nova dinâmica, alicerçada numa presença digital mais forte que propiciará uma maior integração entre todos os membros da plataforma, alargando-a à escala global. Como sempre, contamos com o envolvimento de todos, numa lógica integradora capaz de gerar uma rede cada vez mais dinâmica e propiciadora de resultados mais estruturantes, numa resposta clara aos diversos desafios societais que nos são apresentados.

Nesta edição, o Artigo de Opinião está a cargo de Catarina Roseira, Coordenadora da Pós-Graduação em Marketing Manager da Porto Business School, que muito nos honra com a partilha do seu conhecimento. O parceiro desta edição é a TecMinho, que é uma entidade sobejamente reconhecida no domínio da transferência de tecnologia e nas relações da Universidade do Minho com as Empresas. Por outro lado, apresenta-se igualmente uma entrevista a Carlos Almeida, coordenador da equipa de Marketing Tecnológico da Fibrenamics que desvenda um pouco do que será a nova dinâmica da Plataforma Fibrenamics. No âmbito da Fibrenamics Azores, Roberto Amaral, do parceiro Marques Britas, aborda o projeto de inovação que decorre em parceria com a Fibrenamics. Na rubrica Fibrenamics Green faz-se uma apresentação dos projetos vencedores do primeiro concurso de criatividade que utilizou resíduos fibrosos e de madeira. Por fim, na vigilância tecnológica, fazemos uma pequena revisão crítica acerca do livro: “Fibrous and Textile Materials for Composite Applications”, editado por Raul Fangueiro e Sohel Rana.

Fibre the Future!
Raul Fangueiro

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3rd International Conference on Natural Fibers – ICNF 2017

ICNF 2017

A Fibrenamics organizou, nos passados dias 21, 22 e 23 de junho, a terceira edição da ICNF – International Conference on Natural Fibers. Este evento internacional teve lugar no Hotel Meliá, em Braga, e foi um grande sucesso.

Advanced Materials for a Greener World foi o tema que deu o mote a esta edição da ICNF que contou com mais de 250 participantes oriundos de 40 países diferentes.

ICNF 2017

3 dias de fibra bem natural

No dia 20 de junho, os participantes e convidados da ICNF foram recebidos no jardim da Reitoria da Universidade do Minho, no Largo do Paço, em Braga, onde puderam usufruir de um momento de networking, acompanhado com música ambiente.

O primeiro dia da ICNF (21 de junho) foi marcado pela sessão inaugural da conferência, que contou com a presença do Reitor da Universidade do Minho, António Cunha, do Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e do coordenador da Fibrenamics, Raul Fangueiro.

Após esta sessão, a conferência organizou-se sempre da mesma forma: a primeira sessão da manhã era dedicada a uma “keynote session”, onde um orador convidado dispunha de trinta minutos para abordar questões de interesse relacionadas com a temática do evento. Após estes momentos, os participantes dividiam-se por três salas distintas, de forma a assistirem às sessões paralelas.

No final de cada dia todos os participantes tiveram a oportunidade de usufruir de um programa social. No dia 21 este programa consistiu numa visita guiada até ao Bom Jesus, um dos ex-libris da cidade de Braga. O jantar de gala da conferência decorreu no dia 22 também no Bom Jesus. Nesse jantar, toda a gente teve a oportunidade de usufruir de um momento de descontração onde a música e a boa disposição foram as rainhas da noite. Por fim, na tarde do dia 23 a proposta social consistiu num citytour pela cidade de Braga, acompanhado pelos festejos do S. João.

Natural Fibrenamics Green Award Project

Para além das salas onde decorriam as sessões paralelas, o projeto Fibrenamics Green teve direito a uma sala com nome próprio onde decorreram as exposições dos protótipos a concurso para o Natural Fibrenamics Green Award Project.

Ao longo dos três dias, empresas e investigadores puderam expor e dar a conhecer os seus projetos que foram, posteriormente, avaliados por um júri internacional constituído por especialistas de renome da área das fibras naturais.

O vencedor do concurso foi o projeto Smart-Bed, promovido pela empresa LASA. Nas palavras dos responsáveis pelo projeto, este momento foi de extrema importância na medida em que “foi muito importante perceber que as pessoas percebem e reconhecem o nosso trabalho”.

O nascimento da World Association of Natural Fibers Research

Um dos principais pontos a salientar desta ICNF está relacionado com a criação de um grupo de networking de excelência na área das fibras naturais, que, segundo Raul Fangueiro, será uma estrutura de extrema importância na criação de sinergias entre investigadores de todo o mundo nesta área e que “permitirá a transferência de conhecimento da área científica para o mercado sob a forma de produtos inovadores”.

Durante a ICNF, a comunidade científica de excelência da área das fibras naturais decidiu, por unanimidade, levar avante a criação da World Association of Natural Fibers Research (Associação Mundial de Investigação em Fibras Naturais).

Esta associação pretende, assim, colmatar algumas necessidades existentes no que respeita à transferência de conhecimento dos centros de investigação para o mercado, à articulação e trabalho colaborativo entres outras organizações do setor das fibras naturais e ao facto de não existir nenhuma associação que integre todas as partes interessadas na investigação em fibras naturais, desde a criação de conhecimento até à geração e comercialização de produtos inovadores;

A World Association of Natural Fibers Research será, neste sentido, uma associação de pessoas (investigadores, técnicos, empresários), institutos (centros de investigação, universidades, centros tecnológicos), empresas e outras associações que visa contribuir para o avanço do conhecimento científico e técnico em fibras naturais e áreas afins. Para tal, estão já associados a ela mais de 15 países diferentes, desde a Argentina até à Austrália, passando pela África do Sul e Japão, todos eles com o propósito de promover diferentes atividades de disseminação de conhecimento de excelência na área das fibras naturais.

A constituição oficial desta associação dar-se-á até final de 2017, segundo um planeamento aprovado pelos membros fundadores, sendo que, no próximo mês de outubro, Raul Fangueiro, coordenador da Fibrenamics e mentor desta iniciativa, irá participar na sexta edição da International Conference on Innovative Natural Fibre Composites for Industrial Applications, que irá decorrer de 4 a 7 de outubro, em Roma, Itália, onde dará a conhecer publicamente os objetivos e a missão da World Association of Natural Fibers Research, procurando alargar o leque de parceiros associados.

Um balanço extremamente positivo

Tal como referido anteriormente, a ICNF 2017 foi um grande sucesso. Desde oradores, passando por expositores, até aos participantes e aos organizadores, a opinião foi unânime: a ICNF foi um evento de muita qualidade.

Joana Curto, docente na Universidade da Beira Interior, afirmou que a conferência foi muito interessante. “Os tópicos de investigação são muito amplos e profundamente analisados pelos melhores investigadores da área. É muito importante para a ciência e para os investigadores ter a oportunidade de trocar ideias, aprender mais, discutir isso pessoalmente. A conferência foi excelente”, referiu ainda.

Por sua vez, Anett Kondor da Surface Measurement Systems, participante e expositora, mencionou que, apesar de ser a sua primeira participação, adorou a conferência. “Eu gostei muito da organização e de todas as sessões. Adorei os programas sociais”, acrescenta ainda.

Claudia A. Echeverria da Universidade de New South Wales considerou a ICNF “soberba”. Além de ter assistido às diversas sessões da conferência, Claudia foi uma das participantes do Natural Fibrenamics Green Award Project. “Gostava que a conferência tivesse uma duração maior. Um dia mais e seria fenomenal”, garante a investigadora.

Raul Fangueiro, coordenador da Fibrenamics e chair do evento, mostrou-se muito satisfeito com o resultado desta terceira edição da ICNF, “foi uma conferência de sucesso, quer do ponto de vista científico, quer no que diz respeito ao networking gerado”.

Para 2019, espera-se a organização da quarta edição da ICNF. O local ainda não está decidido, no entanto existem já diversas manifestações de interesse de vários parceiros internacionais para receberem a organização da ICNF2019.

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Green Think Tank, um novo espaço de criatividade em rede

Green Think Tank

O Green Think Tank (GTT) é um espaço criativo que, através da troca de ideias e do contacto interdisciplinar, promove o desenvolvimento de soluções sustentáveis e a oportunidade de colocar em destaque as competências dos criativos que pertençam a esta rede.

Alguns dos objetivos designados pela Fibrenamics para esta rede de criatividade são: interligar a criatividade e inovação tecnológica, promover interações entre os vários intervenientes da comunidade, fomentar o espirito crítico e troca de conhecimento (networking), impulsionar o crescimento das indústrias criativas e criar a envolvência ideal para a conceção de produtos com base em resíduos.

Esta comunidade de criativos surgiu a partir da Fibrenamics Green, uma plataforma que pretende desenvolver produtos inovadores com base em resíduos provenientes do meio industrial, com o propósito de desenvolver projetos inovadores a partir de ideias criativas geradas no “tanque” das oportunidades da valorização de resíduos.

A grande importância desta iniciativa no projeto Fibrenamics Green consiste em agregar as indústrias criativas no mesmo espaço, oferecendo oportunidades criativas com o intuito de juntar os designers com um mercado e com aquilo que são as necessidades da indústria.

Em conjunto tudo se consegue

Esta rede de criativos e designers está a desenvolver algumas ideais criativas em conjunto para impulsionar o desenvolvimento de produtos inovadores com base em resíduos. Até ao momento, o Green Think Tank conta já com uma comunidade de designers e criativos bastantes significativa.

O GTT é dirigido a todos os profissionais e aspirantes das áreas das indústrias criativas (designers, arquitetos, artistas plásticos, etc.) que pretendam participar a título individual num espaço de partilha e discussão de ideias e de projetos inovadores e para o fazerem necessitam apenas de se inscrever no http://green.fibrenamics.com/green-think-tank/ e partilhar com a Fibrenamics Green o seu perfil e portfólio digital.

David Bota, embaixador do GTT, também ligado à Barcelona School of Design and Engineering define esta iniciativa como “um convite para os jovens serem atores, e não consumidores, da nova sociedade e ainda uma oportunidade para as empresas nacionais vislumbrarem o que será esse futuro”.

Os membros desta comunidade criativa têm acesso a informação privilegiada, oportunidades de criação de sinergias com redes empresariais, acesso a uma rede tecnológica, participação em workshops criativos e oportunidades de participação em concursos de ideias.

Até meados de julho, esteve disponível um concurso de criatividade constituído por 2 desafios:

  • Desafio Fibre – desenvolvimento de um produto inovador com base no modelo demonstrador Fibre, que tem por base resíduos fibrosos.
  • Desafio Wood – desenvolvimento de um produto com base no modelo demonstrado Wood, que tem por base resíduos de madeira.

Os vencedores do concurso foram Pedro Regadas (Fibre) e Sónia Soeiro (Wood). O júri valorizou o mérito, a inovação, a criatividade, a sustentabilidade e a exequibilidade técnica, distinguindo as melhores soluções com novas utilidades, formas, toques, acabamentos ou emoções.

A iniciativa visa ainda contribuir para a afirmação da produção criativa em Portugal, nomeadamente nas áreas do calçado, construção, têxtil, mobiliário e transportes. O vencedor de cada desafio terá a possibilidade de ver o seu perfil e o produto desenvolvido com base em resíduos a ser divulgado nos média da especialidade e generalistas e de ganhar um prémio monetário de €500.00.

 

Novos concursos para breve

De acordo com Ângela Ferreira, uma das responsáveis pelo projeto, irão abrir em breve mais dois concursos. As suas datas ainda não se encontram definidas, mas sabe-se até ao momento que irão decorrer nos próximos meses. Cada um dos concursos envolverá múltiplos desafios e contará com a parceria de variadas empresas.

O Projeto Fibrenamics Green, com a referência NORTE-01-0246-FEDER-000008, é cofinanciado pelo FEDER no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte NORTE2020, com um custo total elegível de 552.856,83€, apoio financeiro da EU de 469.928,31€ e autofinanciamento de 82.928,52€.

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Entrevista a Bruno Pacheco – Diretor Regional da Ciência e Tecnologia

Bruno Pacheco

Nesta edição da newsletter, entrevistámos Bruno Pacheco, Diretor Regional da Ciência e Tecnologia, de forma a saber quais as competências da DRCT – Direção Regional da Ciência e Tecnologia e as medidas que estão a ser levadas a cabo no Arquipélago dos Açores no âmbito da inovação científica e tecnológica.

1 — Quais são as competências da DRCT e quais são as suas linhas de atuação?

A Direção Regional da Ciência e Tecnologia tem como missão propor as bases, as medidas e as linhas de financiamento em que deve assentar a política regional nos domínios da ciência, investigação, inovação e difusão da cultura científica e tecnológica, coordenando e desenvolvendo as ações conducentes à sua concretização, enquanto instrumentos da promoção da sociedade do conhecimento em toda a Região.

Entre as várias competências – além das específicas de apoio à Investigação (projetos/infraestruturas e unidades de I&D/reuniões científicas/publicações científicas), divulgação científica e formação de recursos qualificados – destaca-se, também, a promoção e o apoio à modernização do setor público e privado, à inovação tecnológica e à transferência de tecnologias para o tecido económico e social, em articulação com os órgãos e serviços da administração regional competentes na matéria.

2 — A inovação é chave do sucesso de qualquer entidade, empresa e região. Que medidas estão a ser levadas a cabo neste âmbito no Arquipélago dos Açores?

As iniciativas no domínio da I&DI agrupam, além dos centros de investigação, todo o tecido empresarial que se constitui como parceiro fundamental no que à transferência e uso do conhecimento diz respeito. Relativamente a este setor (ID&I em contexto empresarial), não tendo sido ainda atingida a dimensão e o alcance desejáveis, tem sido objetivo prioritário das políticas regionais, em linha com os objetivos previstos no PO Açores 2020, o lançamento de programas para este grupo de destinatários, designadamente, através da promoção de projetos de investigação em contexto empresarial, e em parceria com o sistema científico e tecnológico regional (SCTA) e através da criação de infraestruturas tecnológicas que potenciem a cooperação entre essas instituições (designadamente com a construção dos parques de Ciência e tecnologia de S. Miguel e da Terceira).

O objetivo é fomentar as iniciativas de ID&I em contexto empresarial, através do apoio ao desenvolvimento da inovação, da cooperação e da criação de sinergias entre as empresas e as restantes entidades do SCTA, ao aumento da intensidade e do investimento em atividades de ID&I nas empresas e respetiva valorização económica. Por outro lado, pretende-se estimular a incorporação de novos conhecimentos e capacidades que permitam o desenvolvimento de processos, serviços ou sistemas inovadores, ou de novos produtos, ou, ainda, a melhoria dos existentes, através do apoio a projetos que envolvam atividades de investigação aplicada e/ou de desenvolvimento experimental.

Com os apoios a prestar neste domínio pretende-se dinamizar a investigação em consórcio promovida e desenvolvida por empresas e instituições científicas e lançar as bases para a generalização e intensificação das relações de índole científica e técnica entre as diferentes instituições de ID&I. O desenvolvimento local de aplicações inovadoras apela a medidas de apoio à transferência de tecnologias genéricas já existentes, em domínios de atividade essenciais à economia regional, identificados no processo de especialização inteligente, e nos quais a Região revela potencial e competências específicas.

Paralelamente, de forma complementar e integrada, numa estratégia política que se apresenta coerente e articulada, estão em pleno processo de implementação os Parques de Ciência e Tecnologia. São sobejamente conhecidos os objetivos destas infraestruturas que concentram diversos serviços, espaços e atividades que visam estimular sinergias e aproximar os centros de conhecimento (universidades, centros de investigação e escolas) do setor produtivo (empresas em geral), por forma a facilitar o desenvolvimento de inovações técnicas, novos processos ou ideias, tornando as empresas e a economia mais competitivas. A interação entre as empresas e as universidades e a troca de experiências entre as próprias empresas têm vindo a ser consideradas decisivas no desenvolvimento económico de uma região, em virtude de criarem as condições para o aparecimento de incubadoras e empregos qualificados em empresas sustentáveis e de base tecnológica, capazes de oferecer produtos e serviços de valor acrescentado no mercado global.

Os Parques de Ciência e Tecnologia das ilhas de S. Miguel e Terceira pretendem assumir um carácter estruturante em áreas emergentes no domínio das tecnologias ligadas às ciências da terra, do espaço e do mar e, também, nas áreas das ciências agrárias, agropecuária, agroindústria e biotecnologia. Constituem os primeiros grandes polos de competitividade e inovação da Região criados com base em estruturas nucleares de investigação ligadas quer à prestação de serviços públicos, quer à dinamização do sector privado.

3 — Que a importância atribui a entidades como a Fibrenamics Azores na promoção, sensibilização e constituição de parcerias entre as entidades do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores (SCTA) e o tecido empresarial?

O empenho e a dinâmica dos vários atores que trabalham no domínio da investigação e inovação são essenciais para o sucesso das políticas públicas e dos seus objetivos, coadjuvando o poder político na promoção, envolvência e cooperação entre os vários stakeholders, designadamente entre empresas, centros de investigação e sociedade em geral. A Fibrenamics Azores tem-se destacado, pela sua dinâmica e entusiasmo, na promoção do diálogo e na aproximação entre o SCTA e o tecido empresarial com vista à constituição de parcerias de ID&I. Estas parcerias revelam-se essenciais ao desenvolvimento económico e social regionais, porque fomentam a inovação, o empreendedorismo, o emprego e a competitividade.

4 — A Fibrenamics Azores está já instalada no Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia de S. Miguel há cerca de 1 ano. Que impacto criou na região?

A Fibrenamics Azores tem desenvolvido um conjunto de workshops sobre inovação, transferência de conhecimento e empreendedorismo, nos quais tem participado a academia, investigadores e alunos do Ensino superior, do secundário, de escolas profissionais e empresários, contribuindo para a formação ao nível de uma cultura de inovação e, pela experiência própria, destacando as mais valias da cooperação científica entre os centros de investigação e as empresas.

5 — “Inovar nos Açores – do conhecimento ao mercado” foi o mais recente evento de transferência de conhecimento e tecnologia organizado pela Fibrenamics Azores no Nonagon. Que balanço faz deste evento, que reuniu entidades governamentais e do sistema científico e tecnológico e empresas num momento de partilha de ideias e oportunidades?

O evento foi muito positivo e interessante exatamente porque permitiu colocar em diálogo os vários stakeholders, os desafios que se apresentam, as oportunidades, as ideias e os sistemas públicos de incentivos existentes.

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